Educação

Capinzal discute uso consciente de celulares e dispositivos eletrônicos nas escolas durante conferência municipal

  • Gabriel Leal
  • 20/05/2025 15:15
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Fotos: Capinzal FM

A noite de segunda-feira, 19 de maio, foi marcada pela realização da Conferência Municipal “Conscientização sobre o uso do celular e outros dispositivos na escola”, organizada pela Secretaria de Educação, Cultura e Esportes de Capinzal. O encontro aconteceu no Centro Educacional Prefeito Celso Farina e reuniu autoridades, profissionais da educação e membros da comunidade para debater os impactos e desafios do uso da tecnologia no ambiente escolar.

A abertura do evento contou com a palestra “O impacto invisível: como o uso da tecnologia ameaça a nossa privacidade”, conduzida pelo pró-reitor de pesquisa, pós-graduação, extensão e inovação da Unoesc, Kurt Schneider. Durante a exposição, foram discutidos os riscos relacionados à exposição de dados pessoais no ambiente virtual, destacando-se a importância de cuidados na publicação de conteúdos, principalmente imagens que possam revelar detalhes de ambientes, vínculos ou relações pessoais. A abordagem incluiu a relevância da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) como instrumento de prevenção.

Ao tratar do uso pedagógico dos dispositivos, o palestrante defendeu uma abordagem equilibrada, na qual os celulares possam ser utilizados como ferramenta de apoio ao aprendizado, desde que direcionados para essa finalidade. Também alertou para o compartilhamento de informações sigilosas em plataformas abertas, como o WhatsApp, sugerindo cautela e verificação de fontes como práticas essenciais no cotidiano digital.

Em seguida, o vice-prefeito Tiago de Oliveira Luz apresentou a Lei nº 15.100/2025, que regulamenta o uso de dispositivos eletrônicos pessoais nas instituições públicas e privadas de educação básica. A normativa estabelece critérios específicos para o uso desses aparelhos em sala de aula, permitindo sua utilização sob orientação do docente responsável, bem como em situações excepcionais, como emergências de saúde ou ameaças à integridade dos estudantes. A legislação visa assegurar acessibilidade, inclusão, bem-estar e a proteção de direitos fundamentais dos alunos.

A realização da conferência está prevista na própria legislação como parte das ações para implementação de estratégias de conscientização. O vice-prefeito ressaltou a importância do debate, especialmente diante do cenário atual, marcado por uma dependência crescente da tecnologia e pelo surgimento de transtornos como a nomofobia — medo ou ansiedade de estar sem o celular.

O pró-reitor Kurt Schneider voltou a manifestar preocupação com os impactos da distração causada pelos dispositivos, mas reforçou que o caminho não está na proibição do uso da tecnologia, e sim em seu aproveitamento de forma consciente. Ele citou ainda o uso de inteligência artificial em instituições de ensino como exemplo de inovação positiva quando bem aplicada.

Encerrando a programação, o psicólogo Giovanni Favero Cicconet, da Secretaria de Educação, abordou o tema “Saúde mental e o uso das telas: impactos na vida cotidiana”. Em sua fala, destacou as transformações nas relações interpessoais e os efeitos do uso excessivo das telas, como a aceleração da comunicação e a redução da tolerância aos processos que demandam tempo e espera, com reflexos significativos na saúde emocional dos usuários.

A conferência foi considerada um espaço importante para reflexão e construção de caminhos mais saudáveis e conscientes no uso da tecnologia no ambiente educacional.


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