Agricultura

Cidasc intensifica medidas de defesa sanitária em atenção ao foco de Doença de Newcastle no RS

  • Jardel Martinazzo
  • 22/07/2024 08:28
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Foto: Ascom/Cidasc

Diante da confirmação de um foco de Doença de Newcastle (DNC) no município de Anta Gorda, no Estado do Rio Grande do Sul, a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) adotou ações sanitárias específicas visando garantir a proteção do estado e dar segurança aos países importadores. Dentre essas ações estão a análise da movimentação animal e produtos de origem animal oriundos da região do foco, o direcionamento da atividade de vigilância ativa em propriedades que receberam animais daquela região nos últimos 30 dias, e orientação aos Postos de Fiscalização Agropecuária (PFFs) da divisa sul para desinfecção de todos os veículos provenientes da região do foco.

Os médicos-veterinários da Cidasc também foram orientados a manter a avaliação criteriosa nos atendimento de casos suspeitos de Síndrome Respiratória e Nervosa das Aves (SRN), na qual a Doença de Newcastle (DNC) e a Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) são enquadradas. Além de intensificar as orientações durante as vigilâncias e certificações de rotina, tanto em plantéis de aves comerciais quanto em aves de subsistência, quanto da importância da biosseguridade na prevenção das doenças das aves.

Biosseguridade: entenda o que é, e sua importância

A biosseguridade é um conjunto de procedimentos técnicos que visam prevenir, reduzir e controlar de forma direta ou indireta os desafios na produção animal diante dos agentes patogênicos, garantindo a sanidade.

Qual a importância?

A biosseguridade envolve a adoção de medidas e procedimentos operacionais que além prevenir e controlar a entrada de doenças nos estabelecimentos avícolas, também ajudam no aumento da produção e na diminuição de mortalidade por causas diversas.

O resultado do esforço dos avicultores em adequar os processos de produção ao longo de todos esses anos tem reconhecimento internacional. Santa Catarina é o segundo maior exportador de carne de frango do Brasil, e isso se deve, em grande parte, à implementação das normas de biosseguridade na avicultura comercial e ao trabalho da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que desempenham um papel essencial na execução das ações normativas que incluem a biosseguridade como uma ferramenta essencial para impedir a entrada de doenças que possam afetar a produção catarinense.

Para isso, conta-se com o apoio de toda a população para manter o Estado livre de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) e a Doença de Newcastle (DNC), que são doenças das aves causadas por vírus. A transmissão dessas doenças ocorre pelo ar, água, alimentos e materiais contaminados, além do contato com aves doentes e de vida livre. A biosseguridade tem por objetivo prevenir a transmissão por meio de medidas como a cloração da água de dessedentação das aves, restrição de acesso de pessoas e materiais nas granjas, e principalmente evitar o contato de aves de vida livre com as aves de produção.

Doença de Newcastle (DNC)

A Doença de Newcastle (DNC) é uma enfermidade viral que afeta aves domésticas e silvestres, causando sinais clínicos respiratórios, frequentemente seguidos por manifestações nervosas, diarreia e edema da cabeça nestes animais, causando alta mortalidade em curtos espaços de tempo.

De notificação obrigatória à Organização Mundial da Saúde Animal (Omsa), ela é causada pela infecção por vírus pertencente ao grupo Paramixovírus aviário sorotipo 1 (APMV-1), virulento em aves de produção comercial.

Os últimos casos confirmados no Brasil até então ocorreram em 2006 em aves de subsistência, nos estados do Amazonas, Mato Grosso e Rio Grande do Sul.

Sinais clínicos sugestivos de Doença de Newcastle (DNC) e Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP):

Alta mortalidade;

Dificuldade respiratória;

Crista e barbela inchadas e roxas;

Corrimento no nariz e olhos;

Diarreia;

Torcicolo;

Dificuldade de locomoção;

Depressão;

Falta de apetite;

Queda na produção de ovos;

Diminuição do consumo de água e ração.

Impactos da doença:

Ocasionam grandes perdas econômicas;

Restringem o comércio nacional e as exportações de aves, carnes e outros produtos avícolas;

São doenças de comunicação imediata e  obrigatória ao Serviço Veterinário Oficial (SVO): Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) e Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

Como prevenir:

– Adquira somente aves acompanhadas da Guia de Trânsito Animal (GTA) e em estabelecimentos que possuam certificação sanitária.

– Crie as aves separadas por espécie, em local cercado, com área coberta e telada com tela de uma polegada, mantendo os alimentos e água protegidos do acesso de aves silvestres;

– Utilize calçado e vestimenta exclusiva para acesso ao local com aves e desinfete o veículo caso visite outros estabelecimentos avícolas;

– Separe as aves recém chegadas das existentes por pelo menos 15 dias, observando o aparecimento de sinais clínicos ou de mortalidade.

ATENÇÃO! Comunique imediatamente a Cidasc quando ocorrer:

 
Mortalidade acima do normal, em período inferior a 72 horas;

Aparecimento de sinais respiratórios, digestivos e nervosos em aves de produção ou de vida livre.

Para notificar sobre a suspeita de Doença de Notificação Obrigatória (DNC) entre em contato com um escritório da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), ou por meio do e-Sisbravet, ferramenta eletrônica específica para gestão dos dados obtidos na vigilância passiva em saúde animal, desenvolvida para o registro e acompanhamento das notificações de suspeitas de doenças e das investigações realizadas pelo Serviço Veterinário Oficial (SVO).

Créditos: CIDASC


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