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Funcionários dos Correios de Capinzal não aderem à greve; paralisação segue em outros municípios e estados

  • Jardel Martinazzo
  • 18/12/2025 21:22
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Foto: Divulgação

A greve dos funcionários dos Correios chegou ao segundo dia nesta quinta-feira, dia 18, e segue com adesão de sindicatos de trabalhadores em Santa Catarina e em outros oito estados do país. Apesar da mobilização nacional, em Capinzal os atendimentos ocorrem normalmente, já que nenhum funcionário da agência local aderiu ao movimento grevista. São 4 carteiros e um atendente.

Conforme apurado pela reportagem da Capinzal FM, os serviços seguem funcionando sem interrupções no município, diferentemente de outras cidades da região e do estado.

A paralisação conta com o apoio dos sindicatos dos trabalhadores dos estados do Ceará, Paraíba, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Dos 36 sindicatos que representam os trabalhadores dos Correios em todo o Brasil, 24 não aderiram ao movimento.

Em entrevista à reportagem da Rádio Rural de Concórdia, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Empresa de Correios e Telégrafos e Similares de Santa Catarina, SINTECT-SC, Silvino Endller, afirmou que a mobilização segue firme no estado. Segundo ele, a greve mantém força em Concórdia, em Santa Catarina e também em nível nacional, com serviços paralisados em alguns estados.

Na região de Concórdia, houve ampliação da adesão ao movimento grevista. O município de Lindóia do Sul confirmou participação, com a paralisação dos funcionários e o fechamento da agência local. A expectativa do sindicato é de que novas adesões ocorram ao longo dos próximos dias.

O movimento ocorre em meio às negociações do Acordo Coletivo de Trabalho, o ACT, que trata da negociação direta entre o sindicato dos trabalhadores e a empresa, estabelecendo condições e benefícios específicos para os funcionários dos Correios.

Após audiências de mediação, a empresa propôs um acordo com duração de dois anos, com o objetivo de preservar benefícios, garantir estabilidade e assegurar a continuidade dos direitos dos colaboradores, mesmo diante de um cenário econômico-financeiro considerado desafiador.

A greve foi definida por tempo indeterminado e ocorre contra medidas adotadas pela estatal e pela falta de um acordo coletivo. Entre as principais reivindicações da categoria estão o reajuste salarial com reposição da inflação, a manutenção de direitos históricos previstos no ACT, adicional de 70 por cento nas férias, pagamento de 200 por cento para trabalho aos fins de semana e a concessão de um vale-peru no valor de dois mil e quinhentos reais.

A ministra Kátia Magalhães Arruda, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), relatora do processo que trata do dissídio coletivo dos trabalhadores dos Correios, determinou que os sindicatos mantenham 80% do efetivo em atividade em cada uma das unidades da estatal. Parte da representação dos trabalhadores aprovou greve na estatal, que passa por uma crise financeira e recebeu nesta quinta-feira aval para um empréstimo de R$ 12 bilhões.

Pela decisão do TST, os dirigentes sindicais também estão impedidos de atuarem na entrada das unidades para inibir a entrada de funcionários e de cargas postais por causa do movimento de paralisação.

Em caso de descumprimento da decisão, a ministra fixou multa diária de R$ 100 mil a ser paga pelo sindicato.

A decisão ocorre após sindicatos da categoria terem aprovado a deflagração da greve em meio às audiências mediadas pelo TST.

A mediação do TST foi pedida pela direção dos Correios para evitar que a paralisação prejudique ainda mais a situação financeira dos Correios e a prestação dos serviços.

Em uma tentativa de chegar a um consenso com os funcionários em torno do acordo coletivo de trabalho (ACT), os Correios propuseram na terça-feira a concessão de reajuste pela inflação e cederam em outras cláusulas favoráveis à categoria, mas sem pagamento de vale-peru. Até então, a empresa vinha propondo reajuste zero diante da grave situação financeira da estatal.

Os funcionários querem manter benefícios, como adicional de 70% de férias, pagamento de 200% nos finais de semana e concessão de "vale-peru" de R$ 2,5 mil, mas os Correios vêm argumentando que a situação da estatal não permite.

Créditos: Capinzal FM/Rádio Rural/O Globo


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