Com a chegada das temperaturas mais baixas, muitas pessoas acreditam que o risco da dengue desaparece. No entanto, especialistas alertam que o mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença, continua ativo mesmo durante o inverno — embora com menor intensidade.

Em Ouro, a agente de combate a endemias Eliane de Quadros reforçou nesta quinta-feira (22) que a vigilância permanece constante. Segundo ela, a coleta de larvas é realizada semanalmente e, desde o início do ano, já foram identificados 92 focos do mosquito. No mesmo período, 43 pessoas foram testadas para a doença, com oito resultados positivos. Desses, sete pacientes já estão curados e um caso segue ativo.

Em razão desse caso ainda em andamento, uma nova aplicação do fumacê está prevista para a próxima semana. O município também aguarda o resultado de mais um caso suspeito.

Eliane aproveitou para alertar a população que contraiu dengue sobre a possibilidade de reinfecção. “Além do DENV-1, existem outros três sorotipos do vírus – DENV-2, DENV-3 e DENV-4 – e a infecção por um não imuniza contra os demais. Ainda há risco de contrair chikungunya, também transmitida pelo Aedes”, explicou.

Já em Capinzal, de acordo com dados repassados pela técnica de enfermagem Lediane Toscan, o cenário também exige atenção. Desde o início do ano, o município registrou 232 notificações, com 58 casos confirmados, 19 suspeitos e 155 descartados. Foram identificados 219 focos do mosquito.

As autoridades de saúde reforçam a importância da prevenção, mesmo fora do verão. A recomendação é eliminar qualquer recipiente que possa acumular água parada, como vasos, calhas e garrafas, principais criadouros do mosquito.

“O frio ajuda a reduzir a circulação do Aedes, mas não o elimina. Por isso, os cuidados devem ser mantidos durante todo o ano”, alertam os profissionais de saúde.