Família envolvida em assalto em banco de Timbó Grande recebe pena superior a 70 anos
- Gabriel Leal
- 03/05/2025 16:45

O dia 2 de junho de 2023 ficou marcado como um dos mais traumáticos para os moradores de Timbó Grande, no Meio-Oeste de Santa Catarina. Naquela tarde, uma quadrilha fortemente armada assaltou a agência do Banco do Brasil, roubando R$ 291 mil e diversos objetos, entre eles um revólver, colete balístico, celular e um veículo. O crime foi executado com extrema violência: funcionários foram rendidos, clientes usados como escudo humano e houve troca de tiros com a Polícia Militar. A quadrilha ainda incendiou um carro durante a fuga e levou dois reféns, que só foram libertados horas depois.
O que mais chocou a pequena cidade de cerca de 7.300 habitantes, porém, foi descobrir que entre os envolvidos estavam membros de uma mesma família: pai, mãe e dois filhos. Eles esconderam os assaltantes em um sítio em São Cristóvão do Sul e acabaram sendo denunciados junto com os demais integrantes da quadrilha.
Ao todo, 11 pessoas — sete homens e quatro mulheres, com idades entre 25 e 61 anos — foram condenadas. As penas variam de 12 a 37 anos de prisão em regime fechado. O mentor intelectual do assalto recebeu a maior pena, acusado de liderar a organização criminosa, além de responder por roubo com grave ameaça e incêndio que colocou vidas em risco. Cada membro da família envolvida recebeu pena de 18 anos de reclusão.
A identificação dos criminosos só foi possível após a localização de "miguelitos" (artefatos usados para furar pneus de viaturas) em outro veículo naquela mesma noite, levando os policiais aos responsáveis pela ação.
Em nota, a Promotoria de Justiça da Comarca de Santa Cecília afirmou que a condenação representa uma resposta firme ao crime que abalou profundamente a cidade. “Foi um caso extremamente grave, que aterrorizou a população e colocou vidas em risco. Esta sentença representa não apenas justiça, mas também um marco contra o avanço de facções criminosas em pequenas comunidades”, declarou o órgão.
O desfecho do caso deixa uma cicatriz profunda em Timbó Grande, não apenas pelos atos violentos, mas também pela dor de ver famílias inteiras envolvidas em um crime que rompeu com os laços de confiança da comunidade.