Vaticano revela causas da morte de Papa Francisco - Testamento destaca desejo de sepultura simples
- Gabriel Leal
- 21/04/2025 19:50

O Vaticano anunciou nesta segunda-feira, dia 21 de abril, a morte do Papa Francisco, aos 88 anos, em decorrência de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), seguido de insuficiência cardíaca irreversível. O falecimento ocorreu às 7h35min (horário de Roma), o equivalente às 2h35min no horário de Brasília.
De acordo com o boletim médico, o papa sofreu um AVC que o levou ao coma, seguido por um colapso no sistema cardiovascular. O quadro clínico já vinha se agravando devido a outras condições de saúde, como pneumonia bilateral, bronquiectasias múltiplas, hipertensão arterial e diabetes tipo 2. A confirmação da morte foi feita por meio de um eletrocardiograma.
O documento oficial que atesta a morte foi assinado por Andrea Arcangeli, diretor do Departamento de Saúde e Higiene do Estado da Cidade do Vaticano.
Francisco havia sido hospitalizado entre os meses de fevereiro e março para tratar uma infecção pulmonar e, mesmo após receber alta, continuava sob cuidados médicos em sua residência. O papa faleceu no apartamento da Casa Santa Marta, onde viveu desde sua eleição em 2013.
Em nota, o Vaticano lamentou a perda:
"O Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de Sua Igreja. Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados."
"Com imensa gratidão por seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino", conclui o comunicado.
A morte do pontífice foi marcada pelo toque do sino da Basílica de São Pedro, que ecoou para anunciar o falecimento. Peregrinos e turistas que estavam na Praça São Pedro expressaram tristeza e incredulidade, conforme relatado por agências de notícias internacionais.
As cerimônias fúnebres tiveram início nesta segunda-feira. Confira a programação (em horário de Brasília):
14h – Missa de sufrágio na Basílica de São João de Latrão, celebrada pelo cardeal Baldo Reina.
15h – Ritos de constatação da morte e colocação do corpo no caixão, conduzidos pelo camerlengo Kevin Farrell, na capela privada do papa.
Na quarta-feira, 23 de abril, o corpo será levado à Basílica de São Pedro para que os fiéis possam se despedir. O sepultamento ocorrerá na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma — decisão que remonta a uma tradição interrompida em 1903, com o enterro do papa Leão XIII fora da Basílica de São Pedro.
O Vaticano tornou público nesta segunda-feira o testamento espiritual do papa Francisco, que faleceu aos 88 anos. O documento, carregado de fé e simplicidade, revela o desejo do pontífice de ser sepultado na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma – local pelo qual sempre demonstrou profunda devoção à Virgem Maria.
Francisco pediu um túmulo discreto, no chão, sem adornos, com a única inscrição Franciscus. O local exato indicado é entre a Capela Paulina, onde está o ícone da Salus Populi Romani, e a Capela Sforza. Ele também expressou gratidão aos que o apoiaram ao longo da vida e ofereceu seus sofrimentos finais pela fraternidade e pela paz no mundo.
Abaixo, a íntegra do testamento:
Testamento espiritual de Papa Francisco
Em Nome da Santíssima Trindade. Amém.
Sentindo que se aproxima o entardecer da minha vida terrena e com viva esperança na Vida Eterna, desejo expressar minha vontade testamentária apenas quanto ao local da minha sepultura.
Confiei sempre minha vida e o ministério sacerdotal e episcopal à Mãe de Nosso Senhor, Maria Santíssima. Por isso, peço que meus restos mortais repousem, à espera do dia da ressurreição, na Basílica Papal de Santa Maria Maior.
Desejo que minha última viagem terrena se conclua justamente neste antiquíssimo santuário Mariano, onde costumava rezar no início e no fim de cada Viagem Apostólica, confiando com fé minhas intenções à Mãe Imaculada e agradecendo-Lhe pelo cuidado dócil e materno.
Peço que minha tumba seja preparada no lóculo da nave lateral, entre a Capela Paulina (Capela da Salus Populi Romani) e a Capela Sforza da referida Basílica Papal, como indicado no anexo em anexo.
O sepulcro deve estar na terra; simples, sem ornamentos especiais, e com a única inscrição: Franciscus.
As despesas para a preparação da minha sepultura serão cobertas com a quantia de um benfeitor que designei, a ser transferida para a Basílica Papal de Santa Maria Maggiore conforme instruções que providenciei entregar a Mons. Rolandas Makrickas, Comissário Extraordinário do Capítulo Liberiano.
Que o Senhor conceda a merecida recompensa àqueles que me quiseram bem e continuarão a rezar por mim.
O sofrimento que esteve presente na parte final da minha vida, ofereci ao Senhor pela paz no mundo e pela fraternidade entre os povos.